Quadrado Textil

Quadrado Textil
Lenço (latin linteum, -i, pano de linho) s.m. Peça de roupa, que consiste num pedaço de tecido, quadrado, com que se abriga o pescoço ou a cabeça.

terça-feira, 21 de junho de 2022

Imóveis e Vendas







O dia já ia longo. Não tinha conseguido fechar o negócio de um imóvel que estava a ser nosso alvo desde o ano passado. Rita, a minha colega e sócia nesta imobiliária, que criamos juntos, conforta-me no seu estilo confiante:
Não te preocupes que, amanhã de manhã, vou tentar reunir com eles.
- Mesmo acreditando no teu chame temo que essa casa nos escape. - incrédulo respondi.

Nunca lhe falta confiança nem genica. Basta olhar para ela que se percebe de imediato. Sempre vestida de forma clássica, prática e sofisticada, com o pescoço muito bem arranjado com lenços que selam perfeitamente a sua indumentária. Nem desconfia de como fica sensual. 
A nossa empresa era sediada num prédio antigo de dois andares que, muito oportunamente, apareceu no mercado. Não podíamos deixar de aproveitar e remodelar para nós. A loja, onde instalamos a empresa ocupava todo o rés-do-chão,. Rita ficou com o primeiro andar e eu com o segundo. Partilhávamos descontraidamente as chaves das nossas casas por ser prático e para garantir que nenhum ficava de fora por acidente ou esquecimento. 

Como costume, na sexta feira, saí um pouco mais cedo para correr e purificar a alma, após esta desmotivante semana. Tive dificuldade em desligar mesmo após longos e suados quilómetros. 
Enchia a banheira para um muito pouco ecológico, volumoso e relaxante banho. É o meu luxo semanal. Ligada a coluna Bluetooth, com Bach a soar alto, nem percebi que a campainha tocara repetidas vezes. 
Subitamente sinto bater na porta da casa de banho como se a estivessem a esmurrar. 
Preciso falar contigo. - Gritava Rita para se fazer ouvir sobre o Adágio e Fuga. 
- Agora? - Respondi após pausar a música. 
- Sim. Agora
Mas acabei de preparar o banho. Não podes esperar? - Abrindo a porta com a toalha enrolada na cintura. 
- E o teu banho não pode ficar para mais tarde? - Disparou de seguida sem hesitar 
- Não. O que faço com os 200 litros de água arrefecer? 
Mas é muito importante e urgente. 
Bolas que és chata!
- Sou. Sempre fui. - Sentando-se no tampo da sanita e cruzando as pernas demonstrando a sua persistência. 

Um constrangedor silêncio  de quase um minuto, instala-se enquanto nos fitávamos, olhos nos olhos, sem solucionar este beco sem saída. 
Tenho uma ideia. - Segura indicou enquanto desatava o lenço que usava ao pescoço. 

Ajeitou a dobra do lenço e, com todo o rigor, atou sobre os seus olhos.
Pronto agora podes tomar banho à vontade enquanto falamos. Alguma objecção? - Questionou para que não tivesse outra alternativa. 

Nada indiferente à sua erótica imagem, retirei a toalha com o maior cuidado. Notava-se.... 
Não seria o relaxado banho que desejara. O desejo agora era outro. 
Cuidadosamente mergulhei na bem aquecida água. 
Então o que de tão importante trazes? - Questionei de seguida. 
Preciso da tua atenção com urgência. - Indicou com autoridade. 

Era obvio que queria a minha atenção e com urgência. Não é todo o dia que se invade um banho para falar. A minha atenção estava mais que capturada. 

Temos de tomar decisão agora. Consegui falar com os proprietários, encostei-os à parede e fiz uma proposta, 
Eles aceitam se fechamos hoje. 
- E o que precisas da minha parte? - Tentando manter o maior profissionalismo nestas circunstâncias. 
Tenho tudo preparado. Só temos de confirmar para eu fechar. 
E vais ler alguma coisa agora ? - Provoquei sarcástico. 
Engraçadinho. Tenho tudo na cabeça. - Sem hesitar um segundo disparou. 

Percorremos os pontos principais. Tentava não perder a concentração nem ter pensamentos desviados ao vê-la assim tão sensualmente vendada com o seu lenço. 
Não tinha duvidas e, enquanto me enxugava, já era claro que o negocio não se podia deixar de fazer. 
Obviamente concordo. Fizeste um excelente trabalho. Podes fechar. 
Que bom! Obrigada. - Levantado -se com os braços esticados à frente, procurando-me no ar, para dar um abraço.  

Sem intenção premeditada ligeiramente desviei-me para poder prolongar aquela visão mais por uns instantes. 
Logo de seguida fechamos um longo e vitorioso abraço. Que foi tanto de bom como de pouco ortodoxo. Afinal Rita ainda estava com os seus olhos vendados com o lenço e eu ainda despido. 
Lentamente afastamos - nos e as suas mãos desceram e repousaram sobre me peito mal enxuto . Num escasso momento estabeleceu-se o que parecia um longo silencio, subitamente quebrado. 
É melhor vestires-te que eu tenho de terminar o trabalho. - Rematou hesitante 
Sim. - Sem mais palavras enquanto agarrava na roupa. 

Vesti-me não tão rapidamente como deveria, olhei-a indiscretamente, já que podia e afastei-me com cuidado. 
Já estou. - Avisei baixo. 

Sem nada dizer Rita desatou lentamente o lenço que a vendava e cuidadosamente olhou para mim dos pés para cima, certificando-se que estava tudo bem arrumado. 
Atou minuciosamente o lenço no pescoço e regressou ao seu modo de trabalho como se nada acontecera. 
Vou tratar de tudo o que falta. - Enquanto ajeitava a roupa preparando a sua saída. 

Durante anos esforcei-me para resistir à sua sensualidade quando usa os seus lenços mas o esforço afigura-se sobre-humano. 
Após sair sentei-me como se fosse atordoado sem conseguir deixar de ter a sua deliciosa imagem gravada na mente. 

Passou o fim de semana sem que comunicássemos. Segunda, logo pela manhã, lá estávamos no escritório. Trazia o mesmo lenço no pescoço. Não sabia de foi intenção de me provocar ou apenas indumentária. Transbordava sensualidade. Tentava não deixar perceber que me prendia toda a atenção. 
Com algum esforço concentrei-me nas formalidades para concluir o negócio em curso esta semana. 
Não foi fácil mas, acabada a semana, tudo está concluído e assinado. Um sucesso que nos tirou um peso de cima. 

-Temos de comemorar. - Sugeri descontraído. 
Vamos. - De imediato concordou. 
A que horas? 
Fazemos o seguinte: Vais à tua corrida e eu mudar de roupa e vou lá ter a tua casa. - Sugeriu com a capacidade de decidir que a caracteriza.
Combinado. Até logo. 

Sem muito pensar equipei-me e sai em passo ligeiro. 
Na volta, suado, meti a chave na porta que não estava trancada. La estava Rita. Sentada na sala já à minha espera. 
No seu estilo de sempre mas havia qualquer jeito ainda sensual. Aquela blusa branca, com mais um ou dois botões abertos do que lhe é habitual, com o decote bem resguardado por um delicioso lenço, meticulosamente atado no pescoço. 
-  Chegaste cedo! - Surpreso comentei. 
-  Cheguei. Fiz mal? 
-  Claro que não. Não queria deixar-te só, a secar, enquanto tomo o meu banho. 
Não te preocupes. Tenho tempo. 
Na semana passada ficámos em reunião. - Comentei sem segundas intenções 
Pois. - Respondeu fixando, em silêncio, o seu olhar nos meus olhos. 

Senti-me numa encruzilhada de consequências imprevisíveis. Tinha de decidir entre a razão e a emoção. Somos sócios. Temos fronteiras que não é prudente cruzar. Decido rapidamente me manter seguramente distante. 
E se reuníssemos novamente? - Sugeri instintivamente contrariando toda a prudência. 

Sem responder nem me olhar levantou-se lentamente. Seguiu-me até ao banho. Sentou-se no sobre o branco tampo da sanita e seguiu o recém criado protocolo. Lentamente desatou o deu lenço do pescoço e, como é seu hábito, endireitou minuciosamente e com delicadeza atou sobre os seus olhos. 
Agora que expôs o decote nota-se o detalhe do botão extra aberto permitindo um atrevido vislumbre do seu doce volume. 
Vendada com o lenço e expectante multiplica o seu erotismo. 
Silenciosamente tomo um rápido banho ansioso pelo momento. Felizmente está vendada. O meu desejo não dá para camuflar enquanto me enxugo. 
Lavado e seco - São as únicas palavras que me ocorrem dizer. 

Lentamente levantou-se aproximando-se  perdida no escuro da venda. 

Suavemente seguro as sias mãos e encosto-as no meu peito. Assim sente o volume da minha respiração lenta e profunda. 
Seus seios quase expostos fazem crescer o meu desejo. 
Cuidadosamente coloco dois dedos sobre o botão. Levemente pressiono o decote para baixo  declarando o meu desejo.
Com muito jeito e apenas com os mesmos dois dedos solto o botão e observo como morde o lábio inferior resultante da provocação.
Vencido este botão, com o dedo indicador encostado ao seu corpo, desço ao seguinte. Olho à-vontade e indiscriminadamente para o seu corpo e sua expressão corporal. O lenço sobre seus olhos permite que esse atrevimento passe despercebido.
Novamente desperto o botão que segue e novamente desço o dedo. Um a um até ao último botão.
Suas mãos repousam ainda sobre meu peito sem mover, autorizando implicitamente a minha intromissão.
Delicadamente afasto as pontas da sua blusa expondo toda a beleza dos seus firmes seios. Nada trazia por dentro fazendo suspeitar de alguma premeditação. Transbordava sensualidade.
Coloco firmemente as minhas mãos sobre o seu abdómen. Lenta e pecaminosamente percorro o seu corpo sem esconder perversas intensões. Seguro nas suas mãos baixando -as até à cintura. Novamente exploro subindo pelo seu peito  parando apenas nos ombros sob a suave blusa. Simultaneamente, com ambas as mãos, empurro a blusa para trás deixando-a cair livre pelas costas até ao chão.
Seu tronco despido e exposto apimenta o meu desejo  e denuncia o seu.
Devagar, muito devagar, acaricio seu corpo como se fosse frágil. Exploro longamente todos os seus deliciosos contornos.
Abraço-a intensamente negligenciando que irá sentir toda a minha sólida excitação encostada a si.
Sempre vendada dirijo-a ao quarto por caminhos tortos, para que fique mais perdida.
Paro, aguardo em silêncio uns momentos, coloco a mão no botão atrás da saia e, num gesto único e preciso solto-o. Lentamente puxo o fecho associado até a saia cair. Cuidadosamente retiro-a dos pés entrelaçados para que não tropece.
Começo a subir as minhas mãos pelas suas pernas levemente até as cuecas. Sinto que hesita e deseja em simultâneo. Continuo cuidadosamente seguindo o perímetro dos elásticos até estar seguro que não ultrapasso a sua vontade.
O seu corpo a contorcer-se, perdidamente desinibido pelo escuro da venda. É irresistivelmente delicioso.
- Vem para mim. - Súplica puxando-me.
Vigorosamente baixo suas cuecas acabando com as hesitações.
Não consigo deixar de saborear alternada e minuciosamente os seus firmes mamilos.
Qual dos dois é mais levado à loucura?
Desço, languidamente à procura do seu sabor, em curvas perdidas, pelo seu abdómen.
Afasto as suas pernas beijando a sua intimidade.
Não consigo controlar o atrevimento da minha língua que, livre de inibições, acaricia repetidamente a sua intimidade. A pontinha percorre minuciosamente seu firme clitóris, envolvido pelos meus mornos lábios, vezes sem conta, num incontrolável crescendo de excitação.
Capturo cada gota dos seus fluidos e inspiro cada fracção do seu aroma.
Cedo à tentação sem limitar o instinto.
Perdemos-mos no tempo dedicados ao pecado
Aproveito cada momento, em cada centímetro, a cada suspiro.
Seu corpo, repetidamente percorrido pelos meus dedos e língua rende-se ao prazer. A sua total entrega é denunciada pelos descontrolados e instintivos movimentos. Estar de olhos vendados não só lhe apurou os sentidos como a despiu de inibições, permitindo-me que a levasse mais longe.
Embora loucamente excitado apenas me concentrei no seu prazer, até à exaustão.
Deitada na cama sentia minha mão no nó do lenço que a venda.
- Não. Não tires já. Quero manter o sonho durante mais uns momentos. - Pediu docemente.

Sem responder deixei-me estar imóvel, deliciado, a olhar indiscriminadamente para as suas despidas formas e seus olhos eroticamente vendados com o seu lenço.
Aos poucos o seu corpo relaxava e arrefecia.
Cobri-a com uma suave manta e retirei-me.
Pouco tempo passado aparece na sala, totalmente recomposta, com o seu lenço no pescoço perfeitamente atado.
Sentou-se a meu lado, deu-me um lento beijo na bochecha, olhou-me nos olhos e levantou-se.
- Tenho de ir. Adorei - Suavemente afirmou.

Abriu a porta, virou-se para trás, passou provocatoriamente os dedos pelo lenço e saiu sorridente. 

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