Bom dia Paula. Tudo bem?
- Bom dia. Tudo. E contigo? Como foi o fim-de-semana?
- Curto e agora vai ser trabalhar sem parar. Vou descer. ...Estás gira!
E estava. De lenço médio no pescoço, em tons de azul, amarrado após uma volta completa com nó na frente deixando 10cm de pontas.
Passava por Paula quase todos os dias e falávamos levemente sobre trivialidades do dia-a-dia.
Na semana seguinte vinha de lenço curto, preto com nó atrás estilo coleira. Não consegui impedir de escapar mais um "Estás gira!"
Ela já há algum tempo manifestava algum interesse por mim. Já me tinha convidado para almoçar e numa noite de saída com o pessoal de empresa, após uns copitos, beijou-me o pescoço tento sido diplomaticamente travada.
Os elogios faziam-lhe bem. Embora não percebesse qual a sua sequência. Julgava que estava ligada à roupa e não desconfiava ser ao especial acessório.
Após varias vezes começou a suspeitar que o padrão envolvia o lenço.Num dia resolveu testar. De lenço bordeaux, amarrado no pescoço com nó de lado.Quando falava com ela não resistiu a perguntar passando os dedos pelo lenço:
- Estou gira?
- Muito - respondi após pausa
Sexta-feira. Surgiu, novamente, mais uma saída com colegas. Desta não bebeu. Vinha discretamente de saia, casaco e blusa.
Ao sair perguntou-me se lhe dava boleia até casa.- Claro que sim - disse-lhe
Uma oportuna brisa fluía.
- Espera um pouco que está fresco - disse-me abrindo a carteira.Retirou o seu lenço preto, dobrou com precisão e atou no pescoço de nó para a frente e nada disse.
Ao chegarmos a sua casa cordialmente convidou-me a entrar para conversar mais um pouco. De lenço no pescoço não resisti ao seu convite. Era magnético, irressistivel. Tinha de ir. Embora temesse que podia dar "mau resultado".
Sentados na sala em amena conversa subitamente olhou-me nos olhos e cruamente inquiriu:
- Fica-me bem o lenço?
- ...ficas espectacular - respondi após pausa
- Estou enganada ou reparas mais em mim quando venho de lenço?
- Porque dizes isso? Fui indiscreto?
- Não. Mas ao fim de algum tempo percebi que por algum motivo reparavas mais em mim e pareceu-me coincidir com os dias em que trazia lenço.
Relutante e embaraçado não me restava alternativa senão admitir que o segredo fora desvendado.
- Claro. Podes confiar.
- Acho que ficas muito bem de lenço, muito sensual. Aos meus olhos esse acessório realça a sensualidade. É o meu fetiche...
- Que giro! Tenho muitos lenços. Queres ver?
- ...Quero. - disse baixinho.
- Já volto.
Agora está a ficar mais complicado...
Trazia uns 20 lenços, na sua maioria como eu gosto. A pulsação subia, subia...
Colocou-os na mesa junto ao sofá onde estava sentado.
Mostrou-os um a um, lentamente, sempre a olhar para mim, a ver deliciada as minhas reacções que, sem sucesso, tentava disfarçar. O instinto começava a conquistar a razão.
Desatou suavemente o preto que tinha no pescoço deixando-o escorrer pelo pescoço até ficar na sua mão.
- Agora vou por um destes.
Atou um lenço vermelho liso, em poliéster, no pescoço, de nó ao lado...
- Queres que ponha outro? Escolhe tu.
Escolhi um simples amarelo com minúsculas bolinhas pretas, de algodão fino e 55 cm de lado.
- Em fita no cabelo... - Retorqui (não tive coragem de dizer em triângulo)
- Até parece que sabes bem como gostas. - Disse sorrindo.
Abriu o lenço sobre a mesa, gentilmente dobrando a ponta para fazer um triângulo. Tudo muito lento, muito denunciado. Propositadamente. Dobrou em fita e segurando-o nas mas olhou para mim e disse sensualmente.:
- Vou por.
Passou sobre a cabeça, depois baixando-a, e atou sob a nuca. Levantou-se, arranjou o cabelo e chegou-se ao pé de mim.
- Então? Gostas?
- Muito... fica espectacular, quase irresistível.
- E há alguma forma que fique mesmo irresistível. - inquiriu acutilantemente.
- Tu não me deixas escapar.
- Pois não. E pela tua resposta deduzo que há. Confessa.
- ...em triângulo.
- então vira-te. ...Hummmm, tive outra ideia! - disse após uma lenta pausa
Rapidamente tirou o lenço em fita, do cabelo e vendou-me. Sentia-me e "sair do sério" a perder a réstia de controlo que tinha.Ouvia-a a mexer nos seus lenços. Ai........E já tinha percebido que o lenço sobre os meus olhos catalisava o efeito conseguido.
Senti-a muito próxima. O seu respirar estava no meu pescoço. Demoradamente beijou-o, notando-me indefeso e descontrolado.
Ficando frente a frente baixou lentamente a venda, após desatar o nó do lenço.
Estava de lenço florido no cabelo, em triângulo, perfeito.
Percorri-a com o olhar minuciosamente deleitando-me com a visão. Ainda com o lenço vermelho no pescoço. Deixou de ser pouco atraente. Passou sobre a cabeça, depois baixando-a, e atou sob a nuca. Levantou-se, arranjou o cabelo e chegou-se ao pé de mim.
- Então? Gostas?
- Muito... fica espectacular, quase irresistível.
- E há alguma forma que fique mesmo irresistível. - inquiriu acutilantemente.
- Tu não me deixas escapar.
- Pois não. E pela tua resposta deduzo que há. Confessa.
- ...em triângulo.
- então vira-te. ...Hummmm, tive outra ideia! - disse após uma lenta pausa
Rapidamente tirou o lenço em fita, do cabelo e vendou-me. Sentia-me e "sair do sério" a perder a réstia de controlo que tinha.Ouvia-a a mexer nos seus lenços. Ai........E já tinha percebido que o lenço sobre os meus olhos catalisava o efeito conseguido.
Senti-a muito próxima. O seu respirar estava no meu pescoço. Demoradamente beijou-o, notando-me indefeso e descontrolado.
Ficando frente a frente baixou lentamente a venda, após desatar o nó do lenço.
Estava de lenço florido no cabelo, em triângulo, perfeito.
Era, agora, uma deusa tal qual Afrodite.Tinha-me completamente nas mãos.
- Desta deixaste-me beijar. Nem sinal de resistência. Gostas do lenço assim?
- ...Gosto.
- E o que faço em seguida?
(silêncio)...
- Então tenho de te vendar novamente.
Não consegui dizer mesmo nada. E quem cala consente.
As suas mãos percorriam o meu corpo desapertando todos os botões à camisa. - E o que faço em seguida?
(silêncio)...
- Então tenho de te vendar novamente.
Não consegui dizer mesmo nada. E quem cala consente.
Num rasgo de lucidez ainda disse:
- Espera, se calhar devemos acalmar. Não devemos criar expectativas que depois...
A sua língua invadiu a minha boca deixando-me sem fala durante minutos.
Parou...
- Não estou a criar expectativas - disse-me ao ouvido.
- Estou apenas a divertir-me.
Voltou a beijar-me com uma força descomunal. Como se há anos precisasse de o fazer.
Parou, novamente.
- Já volto. Não tires a venda...
Ouvia-a na cozinha, a abrir o frigorífico. A verter líquidos, a tirar gelo.
Aproximou-se e colocou nas minhas mão um copo de água gelada com muito gelo.
- Para arrefeceres
- E a venda?
- Deixa estar que não é necessário ver para beber.
Era mesmo isso que precisava. Água gelada para arrefecer porque já fervia em todos os sentidos.
Entretanto retirou-me a camisa e desapertou meu cinto
- Para que não tenhas calor e ficares mais avontade
Brincava com gelo na sua boca e passava para a minha.
Que descontrolo!Estava sentado no sofá semi-deitado. Paula quase cobre mim.
Subitamente deixou cair um bocado de gelo que escorregou para dentro das minhas calças. Por reflexo tentei agarra-lo.
- Pára. Foi eu que deixei cair sou eu que vou buscar. - disse metendo a sua mão por dentro das minhas calças e encontrando tudo menos o gelo que, entretanto, já deveria estar bem derretido com o calor.
Explorou, procurou, mexeu, possuiu sem cerimónias.
-não digas nada - mandou, colocando um fragmento de gelo a derreter entre os meus lábios como a proibir-me de falar.
- Agora aquece os teus lábios que gelam. - empurrando o seu seio contra a minha boca.
Não tinha saída. Tinha de seguir seu desejo.
Nem imaginara que estaria de tronco nu. Não a podia ver com o lenço amarrado sobre os olhos. Deve ter tirado a camisa na cozinha.
Passava de um seio para o outro. Procurava o seu prazer. Tão intensamente, tão avidamente, tão imoralmente...
Ao mesmo tempo com dois dedos desatava o lenço que me vendava, deixando-o cair.
E lá estava ela de simples lenço na cabeça e tronco nu. Assim estava sensualissima, erótica, poderosa...
O que o lenço no cabelo fez dela... Deixou-me aturdido...
Agarrando nos meus dedos fez-me introduzi-los dentro dela, facilitado por já nada ter vestido debaixo da saia. Nem me tinha apercebido. Até agora...
Mexia, torcia e procurava o prazer.
Frequentemente dizia:
-Bastou-me pôr uns lenços e agora não resistes, deixas tudo. Assim é que gosto de ti...
Já escorríamos por todo o lado.
-Vou te vendar novamente para te fazer uma maldade - agarrando novamente o lenço caído.
Vendou-me, quase de imediato, como quem tem urgência de não deixar passar nada. Deitou-me no sofá e subitamente já me sentia quase a asfixiar com a minha cara entre as suas pernas...
Sabia o que queria e eu não conseguia recusar.
Procurei o seu ponto mais sensível com a minha língua, respirando por uma nesga, e "ataquei-a com toda a minha energia"
Foram poucos segundos e já explodia... Gritava...
Há anos que não devia ter prazer e agora gozara... muito...
Fez-se silêncio e tão subitamente quanto subiu desceu.
- Ainda não quero que vejas.
Apertou-me as calças vestiu-me a camisa, levantou-me e dirigiu-me à porta. Com um beijo no pescoço despediu-se dizendo:
- Sem compromissos. E até segunda feira. Bom fim de semana.
Tirou-me a venda e abriu a porta tendo sido clara que queria que eu fosse.
Saí completamente atordoado e passei o fim de semana a pensar no que se tinha passado ali.De volta ao trabalho, segunda-feira, de manhã.
- Bom dia Paula, tudo bem?
- Bom dia, tiveste um bom fim de semana?
Só me ri.
- Vem aqui que quero dizer-te um coisa. - Ordenou-me discretamente
Aproximou-se do meu ouvido e sussurrou...
- Na próxima sexta-feira vou voltar a usar um lenço...
QT
QT
A_DO_REI!
ResponderEliminarConfesso que nunca havia imaginado usar um lenço desta maneira, deste-me uma optima ideia ;)
ResponderEliminarAdorei o conto, me deliciei a ler-lo...
Obrigada e um bom fim de semana :)
Beijinhos :)
Sue !!!
Maravilhoso!Como ex-gordinha me senti lisongeada com o carinho e doçura com que essa gordinha foi tratada no conto!Me chama muito atenção o cuidado com que o autor coloca suas palavras e emoções,fazendo com que um simples acessório se torne algo de especial beleza.Parabéns a seu talento e sensibilidade!
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