Quadrado Textil

Quadrado Textil
Lenço (latin linteum, -i, pano de linho) s.m. Peça de roupa, que consiste num pedaço de tecido, quadrado, com que se abriga o pescoço ou a cabeça.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Surpresa...

Cris tinha uma amiga que partilhava o seu gosto por lenços. Chloe era do Algarve.
Por mero acaso também conheci Chloe. Acabei por saber, em longas e subtis conversas, que Chloe usava lenços frequentemente. Não só no trabalho como fora dele. Sabia e usava de todas as formas. Uma "Scarf Lady". Até a inspirei a comprar mais lenços, que fazia questão em descrever de forma deliciosa. Tinha alguma noção do efeito que estes tinham sobre mim. Era uma tentação. Alias eram duas tentações.
Há muito que não falava com Cris. Já tínhamos saudades um do outro.
Sem motivo aparente, mas com segundas intenções, liguei-lhe.
Enquanto conversávamos, naturalmente e sem preparação, disse-me:
- Sabes que estou de lenço em fita no cabelo?

No mesmo instante fiquei completamente acelerado.
- Estas a provocar-me? - perguntei
- Claro. Estava com saudades.
- Perversa... e quando nos vemos.
- Em breve será difícil que vou ter de ir trabalhar, para fora, durante uns dias. Vou ao Algarve. Quem sabe fale com a Chloe. Já sei que a conheces...
- Já falamos, de facto. Muito simpática...
- Eu sei o que queres dizer com isso... - sentenciou
- Não deixas escapar nada.
- Vai lá ter comigo, depois de amanhã, no dia da ponte. Eu uso um lenço...
- Boa ideia. És matreira. Sabes que com esse incentivo é impossível recusar.

Indicou-me onde ficava e combinamos às 19:00. Ia ter ao hotel onde pernoitara para jantarmos juntos.
Cheguei adiantado e ansioso ao hotel. Não passara das 18:30. Na recepção indicaram-me que já lá estaria. Subi após ser anunciado.
Quando abriu a porta, embora pouco arranjada,  lá estava de lenço preto, na cabeça em fita. Bastou isso para me deixar extasiado.
- Gostaste?
- Muito.
- Chegaste cedo. Ainda não tive tempo de me vestir. Vais ter de esperar. E vais me dar privacidade. - disse-me retirando cuidadosamente o lenço do cabelo.
- Chega aqui - ordenou sumariamente
- Para que?

Vendou-me com o lenço preto e mandou-me tirar a camisa.
- Não me vou vestir à tua frente sou uma senhora e preciso de privacidade. Senta-te na cama.

Conversávamos enquanto se vestia.
- Já estou pronta mas vais ter de esperar por mim enquanto vou lá abaixo e volto.

Agarrou-me nas mãos e atou-as, firmemente, na cabeceira da cama, com dois lenços grandes.
- Que vais fazer? Não quero que fujas. Shhhh
- Mais ainda agora cheguei.
- Shhhh - Mandou-me calar amarrando vigorosamente um grande lenço na minha boca.
- Hummmmmmmmmm
- Silêncio e fica quieto. Só quero que vejas isto antes de sair - disse-me após subir a venda.

Estava com um lenço claro amarrado no pescoço e muito bem dobradinho. Linda
- Gostas? Até logo - recolocando o lenço preto novamente sobre os meus olhos.

Saiu mas demorava a voltar. Assim nesta posição sem hipótese se fugir e ansioso, o tempo escorria lentamente.

Tinha ido se encontrar com Chloe. Chloe usava um lenço branco de bolas pretas, na cabeça, estilo Grace Kelly, com grandes oculos escuros. Combinaram por achar divertido e nessa tarde a breve conversa teve o tema esperado.
Algum tempo passara e continuava mantido naquela cama sem poder fazer nada. Cris convidou Chloe a ir ver uns lenços que tinha no hotel.
Ouvia preocupado duas vozes a e porta a abrir.
Chloe espantada e apreensiva exclamava:
- Tens um homem amarrado!
- Hummmmmmmm, hummmm, hummmmmm- Tentei perguntar quem era a outra mulher que estava com Cris mas sem sucesso.
- Shhhh. Venho com uma amiga comum. - adivinhando o que eu queria perguntar.
- Não é um homem qualquer. É o nosso amigo que se perde nos lenços. - disse Cris
- Estava difícil o reconhecer com os olhos vendados. - Retorquiu Chloe aliviada
- Gostaste da surpresa?
- Gostei muito amiga. Foi mesmo uma surpresa. E ele deixa-te fazer isto?
- Claro. Sou a sua Rainha... - sorrindo com malícia.
- Deixas, não deixas? - perguntou-me
- Hummmmmm - protestei pela provocação
- Viste, Chloe? Quem cala consente - ironizou Cris

Na verdade, assim como estava, não havia nada que negasse a Cris.
- É mesmo verdade que os lenços têm um poder total sobre ele! - exclamou fascinada
- Achas que precisa de ficar mais confortável, não achas? - perguntou Cris
- Acho sim - percebendo a intenção.
- Fazes a honras? - sugeriu Cris apontando para o cinto.
- Obrigada.

Muito cautelosa Chloe desapertou o meu cinto e o botão das calças. Simultaneamente cada uma puxou uma perna das calças até ficar em boxers.
- Toma este lenço e amarra como eu - solicitou Cris

Cada uma amarrou um pé meu, na cama.
Sob os meus boxers era impossível disfarçar o que passava na minha mente.

- Já viste o estado em que está? - perguntou Cris
- Vamos deixa-lo assim de castigo?
- Vamos, sim. - Concordou Chloe

Passaram tempos a conversar de lenços, de mim, de desejos, das mais variadas coisas comigo ao lado como se fosse um mero efeito, na cama, numa festa do pijama.
Por vezes passavam as mãos no meu corpo, verificavam manualmente o meu estado libidinoso, faziam pequenas provocações.
Chloe, aparentemente, já estava perfeitamente confortável com a situação.
Propositadamente Cris deixou Chloe a sós comigo.
- Vou ter de ir lá a baixo escolher um local para jantar e já volto. Fica avontade Chloe.
- Obrigada - disse Chloe percebendo a deixa.

Chloe ficou com total liberdade enquanto Cris propositadamente se demorava.
O meu corpo foi minuciosamente explorado por suas mãos. Nem um milímetro escapou à sua analise enquanto gemia falsos protestos.
Ora deitava-se sobre mim cobrindo meu corpo com o seu, como se afastava e ficava a olhar-me indefeso e totalmente em seu poder. Era isso mesmo. Sentia-se poderosa, estava poderosa.
Provou-me de todas as formas...
Cris voltou inquirindo:
- Posso brincar também?
- Claro

Foi um jogo de exploradoras durante uma fabulosa eternidade.
Conversavam, experimentavam, usavam, procuravam reacções, provocavam, riam, até que não era possível adiar mais a hora de jantar.
Suavemente retiraram o lenço que me amordaçava.
- Shhhh, ainda não podes dizer nada.

Soltaram-me e vestiram-me, ainda vendado e sem que tivesse de fazer nada.
Finalmente sentaram-me numa cadeira de frente para elas mandaram-me retirar o lenço que me vendava.
Estavam as duas a usar os lenços. Cris com o lenço no pescoço e Chloe na cabeça, que ainda não tinha visto. Era uma visão magnífica!
- Gostas? - inquiriu Chloe
- Adoro...
Fomos, os três, jantar numa esplanada, perto da praia, com ambas de lenço. Como se nada tivesse acontecido conversavam animadamente e perante esta intimidante vista nem uma palavra proferi.

QT

2 comentários:

  1. Uma surpresa assim não se tem todos os dias :)

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  2. Que delícia de conto!Muito bom!Erótico ao ponto,exitante,mas não vulgar.deixa na mente,na boca e no corpo um gosto de quero mais.
    "Na verdade, assim como estava, não havia nada que negasse a...".Essa frase é tudo que uma mulher quer ouvir.Um homem deliciosamente submisso é o caminho perfeito ao delírio!A sensação de domínio e poder que esse homem dá a essa mulher e obtendo prazer também com isso,é algo mágico e maravilhoso.O encontro perfeito entre caça e caçador.Só que sem vencido ou vencedor!Adorei!

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